Arquiternura: as diferenças Brasil x Itália

Oi oi gente!

Queria mostrar pra vocês um pouco dos meus trabalhinhos, mas eles estão tãao iniciais que vou deixar pro próximo arquiternura. Mas para atualizá-los: no último arquiternura eu contei sobre as matérias que estou estudando aqui na universidade italiana (UNICAM). Acontece que acabei desistindo de uma delas, cultura e progetazioni degli interni -que equivale a disciplina de interiores no Brasil -. Desisti porque 1)estava praticamente impossível entender as coisas que o professor queria, era tudo muito "subentendido"; 2) levando em conta o material que o povo levava pra aula, o professor estava pedindo um absurdo de coisa, mas tá, ok, isso não é motivo pra desistir e 3) não tava dando pra me dedicar à matéria de restauro, que é meu amorzinho. Então, para conseguir me dedicar de coração à aprender restauro, acabei abrindo mão de interiores. 

Mas no post de hoje, eu quero comentar sobre algumas diferenças que notei em relação ao curso de arquitetura que faço no Brasil (UFPR) com o curso que faço aqui (UNICAM). 

1) Só exite uma "prova", é oral e no final do semestre

Exatamente meu povo. Aqui a galera não faz prova escrita. Como não estou fazendo nenhuma matéria puramente teórica (as matérias que faço nesse semestre são de projeto) então não sei como que rola com essas disciplinas, e imagino que seja difícil, mas nas matérias práticas devemos apresentar nosso projeto no final e o professor vai dizer se fomos aprovados ou não. 

2) Em projeto, não existem entregas preliminares: só uma e no final 

Funciona assim: durante todo o semestre temos aulas e devemos desenvolver nosso projeto em casa. Durante as aulas, sempre temos um tempinho pra conversar com o professor e mostrar o andamento do nosso trabalho. Então, ele faz críticas, comentários, etc. Isso é bem parecido com o Brasil. Mas não temos nenhuma entrega intermediária, além do que o professor fala na assessoria (que muitas vezes é em conjunto, pra vários grupos ao mesmo tempo) não sabemos se nosso trabalho é nota 5, ou 10 ou 0. (espero que não seja zero, né). E essa coisa de ir conversar com o professor, não é uma obrigação e em nenhum momento ele cobra que façamos isso ou anota que fizemos assessoria e que ele disse que o trabalho estava ok. Não sei como é na universidade de vocês, mas lá na ufpr, a gente tinha uma ou  2 entregas preliminares e sabíamos bem o que o professor tinha gostado, o que teríamos que mudar etc. Ficávamos tranquilos também com relação ao prazos: tínhamos que fazer o estudo até dia tal. Aqui a gente ainda nem sabe quando teremos que entregar e apresentar o trabalho final. 

3) As matérias de projeto sempre estão "de mãos dadas" a outra, técnica geralmente

Como já contei, faço projeto de restauro. Automaticamente sou obrigada a fazer Problemas de edifícios históricos,que é uma matéria teórica e de física. Essas matérias são juntas, não tem como fazer separado, e a avaliação será a entrega e apresentação de um único projeto de restauro. Isso eu achei bem bom, parece que faz mais sentido estudar a técnica quando ela está diretamente ligada à um projeto que estamos trabalhando. E isso é com todos os projetos, no próximo semestre vou fazer projeto de composição e terei que cursar junto materiais e técnicas. 

4)Matérias exatas são muito téoricas

Quanto a isso não tenho certeza absoluta, porque pode ser a metodologia desse professor que estou tendo aula, mas em problemas de edifícios históricos a gente nunca teve uma aula de exercícios. O professor mostra váaarios exemplos mas nunca falou: agora calculem isso. Levando em conta que tivemos três meses de aulas teóricas, vai ser bem difícil lembrar de como fazer os cálculos que ele ensinou lá no começo.

Por enquanto, essas foram as diferenças que eu notei entre estudar arquitetura aqui na Itália e no Brasil. Algumas delas são bem difíceis de se adaptar, como essa coisa de não ter entregas intermediárias, mas a gente vai se virando né? 

Um muito obrigado por quem acompanhou nosso ano arquitetônico! haha 

Não deixem de conferir os posts das outras meninas do Arquiternura: 





6 comentários:

  1. Caramba Thu, deve ser difícil só ter uma prova e ainda por cima ser oral e ainda em italiano! haha Boa sorte!! Onde estudo eles também pedem entregas preliminares de projeto e o professor sempre acompanha o desenvolvimento do projeto, avaliando se está bom ou não e o que precisa mudar. Deve ser realmente estranho eles não fazerem isso aí. E concordo com você na parte de que faz mais sentido estudar uma matéria técnica ligada a um projeto que você esteja fazendo, bem maneiro! E boa sorte também com as matérias exatas, espero que eles não cobrem cálculo de vocês não tendo feito nenhum exercício, caiu cálculo numa prova minha de introdução a estrutura sendo que o professor não tinha passado nenhum exercício antes, só teoria! :(
    Adorei saber sobre essas diferenças no curso de arquitetura daqui pro daí!
    Beijos!!

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    1. Ai nem fale! Por enquanto não quero nem pensar nessa prova oral! hahaha Beijão Alice!

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  2. Prova oral? Deve ser complicado, mas se for só o aluno e o professor, talvez não seja tão ruim assim, ou não... Já tive esse sistema de prova no ensino médio. Meu professor de filosofia só fazia prova oral e era apenas ele e o aluno. Sempre gostei, mas acho que era porque gostava da matéria :D
    Na minha a entrega preliminar depende do professor. Já tive três professor para projeto e cada um adotou um modo de avaliação, mas eles sempre faziam essa consultória, olhava o andamento do trabalho e ajudada. Esse semestre mesmo não tive entrega preliminar. A professora solicitou tudo feito a mão e para cada semana ela avaliar algo pronto, mas a entrega final de tudo era plotado.
    Tenho uma matéria chamada projeto integrado, ele tem esse sistema de integração de matérias. É um outro projeto, além da mateira de projeto, que tem fundamentos de alguma material que estamos tendo. Acho super aproveitoso ser assim.
    Matérias exatas sempre são minhas inimigas, sempre! Esse semestre milagrosamente as coisas até que ornaram, haha. Desejo muita energia positiva para lembrar dos cálculos.

    Awwn, posso suspirar de amores por sua matéria de restauro? *-* Deve estar sendo maravilhoso estudar isso e logo ali. Neste ano montamos um grupo de pesquisa sobre restauro histórico urbano para uma vila inglesa de São Paulo. Não está sendo tão dinâmico quanto imaginei, mas estou gostando bastante. Já rendeu estágio, aprendizado e muitas fotos, haha.

    PS: Terminei definitivamente meu caso com o facebook, mas continuo no projeto, ok? Apesar da minha desilusão amorosa com o curso. Vou tentar ser mais fiel com as publicações *-*

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    1. Pois é Pâm, mas aí que não sei! Ninguém nos disse ainda se será só a gente e o professor (muito mais tranquilo) ou se vai ser em forma de seminário, lá na frente de todo mundo! Medinho!
      E restauro realmente é amor! Quero muito encontrar um estágio na área quando voltar pro Brasil, pra ver se oficializo o relacionamento! hahaha
      Quanto a fidelidade às publicações, fique tranquila! Quem de nós nunca teve uma crise com a arquitetura né? haha Obrigada pela visita! Um beijo enorme!

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  3. Nossa se eu estudasse na Itália,eu não me daria bem não porque para eu se dar bem é preciso anotar tudo sobre a matéria e tals e minha melhor amiga quer arquitetura mas está indecisa se você puder dar uma dica para eu lhe convencer ir pra arquitetura eu agradeço viu ! E eu não farei exatas e sim humanas <3

    Beijos | Caetano
    http://apenasmeufilme.blogspot.com.br/

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    1. Olá Caetano!
      Fala pra sua amiga visitar aqui! Na verdade eu acredito que a gente deve seguir nosso coração, se sua amiga sentir que o curso de arquitetura é o que fará ela mais feliz, apenas assim, ela deverá cursá-lo, e não porque as pessoas gostariam que ela fizesse, entende?
      Mas caso ela queira conversar, estou a disposição! ;)
      Beijos!

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